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Capítulo 8 - Apuramentos

por Jessie Bell, em 24.04.11

 



 


 


O dia temido chegou. O dia dos apuramentos. O primeiro era o de representação e o ultimo o de canto. Por isso preparei-me e dirigi-me, na companhia de Parker, até a P.A..


- Nervoso?


- Não… - respondeu com os braços atrás da cabeça. Eu lancei-lhe um esgar e ele sorriu-me – O.K. um bocado. E tu?


- Muito!


- Não te preocupes, Grá. Tu és maravilhosa – e dito isso beijou-me, ao de leve, nos lábios. – Vamos!


 


Após ter acabado o meu monólogo, do apuramento de representação, dirigi-me aos balneários, para me preparar para osapuramentos de dança, mais precisamente, para o exame de ballet. Porque depois do exame é que vinha a coreografia, que faria com o Mike e que só poderia fazer se passasse no exame. Entrei nos balneários e vesti-me. A roupa para as provas de ballet era sempre a mesma e era obrigatória para todos os alunos. O das raparigas consistia num maiô preto, uns collants clássicos, ou seja, cor-de-rosa bebé, e pontas e sapatilhas de ballet clássicas. Quando acabei de vestir o maiô e os collants, ouvi a voz de Michael.


- Lillah! Despacha-te! – Gritou do outro lado da porta.


- Vou já. Vou só calçar as pontas. – Abri o saco para as retirar e, passados cinco minutos, resignei-me ao facto de que não as encontrava. Caraças! E agora?! Tocou… Tinha de ir. Calcei as sapatilhas de ballet à pressa e dirigi-me à sala. Com o totó já meio desfeito.


- Dalillah? O que é que aconteceu às tuas pontas? – Perguntou olhando para os meus pés.


- Não sei! Eu pu-las no meu saco de dança e agora não sei delas!


- O QUÊ?! ESTÁS A GOZAR COMIGO LILLAH?!


- ACHAS QUE ESTOU A GOZAR CONTIGO?! NÃO É O TEU FUTURO QUE ESTÁ EM JOGO! Anda! Não estou com paciência para isto! – Ele seguiu-me e assim que entrámos na sala dos espelhos eu vi-as. Nos pés de outra pessoa. Deduzo que, pela expressão da cara de Mike, o meu rosto mudou de cores. Estava fula. E era que claro que eu sabia que aquelas eram as minha pontas. Não só por terem corações pretos na zona dos calcanhares, mas também por conhecer cada uma das suas rasuras. Dirigi-me à rapariga que as possuía.


- Olha, desculpa, podes-me devolver as minhas pontas, se faz favor – disse, cuspindo-lhe cada palavra.


- As tuas pontas?! – Respondeu, levantando-me o sobrolho. – Estás a gozar comigo?!


- Não tu é que estás a gozar comigo. Eu sei muito bem que essas são as minhas pontas – disse, com os braços cruzados e olhando-lhes para os pés. – Tira-as! Agora! Tenho um exame para fazer!


- Olha, tu não podes provar que estas pontas são tuas, por isso, NÃO! – Ela estava a gozar comigo, não estava? Aquela rapariga, que frequentava as minhas aulas de ballet, tinha um ar desafiador. Com os seus olhos castanhos-claros plantados em mim e com o seu penteado desarrumado.


- Tira-as e eu provo-te que elas são minhas – Ela tirou-as. Graças a Deus! Mostrei-lhe as iniciais gravadas no interior da ponta direita, um “D” e um “V”. – Porque é que fizeste isto?


- Foi sem querer. Chamo-me Kate. – Disse enquanto eu me calçava.


- Foi sem querer que as tiraste do meu saco e as puseste nos teus pés?


- Desculpa. Não me dizes o teu nome?


- Não tenho muita vontade de confraternizar com pessoas que roubam pontas a outras que nem se quer conhecem.


- Estás-me a chamar ladra?!


- Não é impressão tua – disse num tom sarcástico. – Tenho de ir aquecer.


- Diz-me o teu nome…


- Taylor – menti.


 


Após o exame de ballet, mudei de roupa, para fazer a coreografia, que seria avaliada pelo Mr. Samparro. O professor que, no caso de entrarmos, nos daria as aulas de dança. Fizémo-la e correu lindamente. Ao contrário do apuramento de canto. Que não podia ter corrido pior.


No final do dia, tinha entrado para as aulas de representação, em conjunto com mais dez pessoas, incluindo o Mike, o Parker e Josh, o que me deixou muito feliz, e entrei nas aulas de dança. Porém, para essas aulas, apenas eu e Mike entrámos, o que era uma grande honra.


 


Eram seis da tarde quando entrei em casa. Eram seis e meia quando me tocaram à porta. Eram seis horas e trinta e um minutos quando lhe abri a porta. Era sei e trinta e um quando o meu coração parou. E parou não pelo facto de Parker Halle estar à minha porta de casa, mas sim pelo facto de ele trazer a grande mala preta.


- Diz-me que não te vais embora! – Exclamei com os olhos fechados. A verdade é que, se ele partisse, eu não iria aguentar.


- Claro que não Li. – Disse e beijou-me intensamente. – Vou mudar-me para aqui.


- Estás a falar a sério? Tu não brinques comigo Parker Mortimer!


- Ok, eu vou-me embora – e começou a andar em direcção às escadas.


- Nem penses nisso amor- disse agarrando-o pelo pulso. Ele voltou e eu beijei-o.


- Já que tanto insistes. – E dito isso, entrou. Na minha casa. Na nossa casa.

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publicado às 22:36


4 comentários

De elielife a 14.07.2011 às 21:09

essa kate va pastar neuronios que bem precisa :p

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You told me I was like the dead sea. You never sink when you're with me.

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